domingo, setembro 04, 2005

Análise do FC Porto B (O Jogo - 4/9/2005)

São 21 jogadores com um objectivo comum: chegar à equipa principal e tentar que Co Adriaanse repare neles. Nem todos o conseguirão e nas palestras esta parte é expressamente sublinhada. Para se tornarem jogadores de elite - é assim que os miúdos da equipa B se habituam a tratar os jogadores da Liga - não basta ter talento. Na verdade, todos o têm, mas o que lhes possibilitará subirem o último degrau competitivo é o trabalho e a necessidade de se verem ao espelho sem vaidades. Hoje à tarde, o FC Porto B começa a sua participação no campeonato da II Divisão ao defrontar o Infesta, no centro de treinos do Olival, com Aloísio a estrear-se nas funções de treinador.
Esta época o campeonato organizado pela Federação Portuguesa de Futebol sofreu grandes alterações. A II Divisão - é assim que se chama agora, sem o B - tem quatro séries (três com 15 equipas e uma com 16), disputando-se no fim da prova um mini-campeonato com os quatro primeiros classificados, subindo depois à Liga de Honra duas equipas. O FC Porto não pode subir de escalão e por isso nada mais resta aos jogadores como factor motivador do que evoluírem do ponto de vista competitivo e tentarem chegar à equipa principal.
Ilídio Vale, o coordenador das camadas jovens do FC Porto, é claro quanto aos objectivos estabelecidos. "Aproveitar o espaço competitivo e promover os jovens da equipa B, dando-lhes mais maturidade, tentando colocá-los na elite do futebol português", explicou. Não poder subir de divisão é, na sua opinião, "uma visão redutora" das pessoas que organizam o campeonato. "Vale a pena apostar nos jovens. Somo um país pobre e parece que todo o mal está nas equipas bês. Estaremos sempre ao lado de tudo o que seja a promoção dos jogadores", acrescentou.
A média de idades da equipa B ronda os 18 anos, o que é um sinal da aposta na formação. Jogadores como Hélder Barbosa, João Pedro, Nuno Coelho e Bruno Gama são vistos como promessas do futebol português, tendo a oportunidade de evoluir com Aloísio, num sistema de jogo parecido com o da equipa principal: o 4-3-3. Ivanildo e Paulo Machado são os exemplos mais recentes de como a equipa B portista pode criar talentos.