segunda-feira, agosto 01, 2005

FC Porto 1-2 Arsenal

Uma primeira parte verdadeiramente de sonho, com a bola a ser trocada com uma fluência que faz lembrar os tempos de... Bobby Robson! Destaco um jogador individualmente, Jorginho, que conseguiu fazer a diferença muitas vezes frente a Ashley Cole, só o melhor LE do mundo. A segunda parte mostrou que a equipa (e não só os defesas) tem que defender melhor. Uma contratação para as laterais seria bem vinda, se fosse mesmo uma mais valia. E gostava de ver o Bruno Alves em acção. Estará mesmo pior que Pepe? Aguardemos.


GR Vítor Baía
DLD Sonkaya (Pepe, 74')
DC Ricardo Costa, Pedro Emanuel «cap.»
DLE Leandro (Ivanildo, 74')
MD Raul Meireles
MV Lucho Gonzalez (Paulo Assunção, 74')
MO Hélder Postiga
MAD Jorginho
PL McCarthy (Sokota, 80')
MAE Lisandro Lopez (Hugo Almeida, 74')

Avaliação O Jogo

Raul Meireles: Ainda existem dúvidas? Arséne Wenger, treinador do Arsenal, não tem. A excelente exibição de Raul Meireles, mais uma, mereceu rasgados elogios do francês e deve ser suficiente para convencer os mais cépticos. Se dissermos que "secou" Robert Pires ajuda? Com uma visão de jogo felina encontrou sempre forma de libertar a bola com segurança e rapidez. Foi ele quem desmarcou Jorginho na direita - com um passe longo - no lance do golo. O aspecto franzino não passa de aparência porque a raça com que encara cada lance fê-lo parecer o mais robusto dos médios em campo.

Vítor Baía: Se Helton exibiu-se em grande estilo no primeiro jogo, Baía não fez por menos. Não teve culpa em qualquer dos golos sofridos e evitou que a conta fosse mais pesada com duas intervenções de luxo quando Robert Pires e Bergkamp lhe apareceram isolados pela frente. Passou uma primeira parte tranquila, respondendo sempre com segurança quando foi chamado a intervir na segunda.

Ricardo Costa: Foi o mais seguro da defesa, mesmo assim teve algumas hesitações que podiam ter causado maior perigo. No entanto, efectuou vários cortes providenciais - num deles foi infeliz e colocou a bola nos pés de Ljungberg, que não perdoou - e foi rei nas alturas. O entendimento com Pedro Emanuel está cada vez melhor.

Pedro Emanuel: No lance do segundo golo não conseguiu reagir, permitindo que Ljungberg rematasse sem oposição. Um erro que manchou uma exibição que estava a ser tranquila. Reyes e Henry raramente incomodaram. O problema foi a entrada de Bergkamp, que lhe causou muitos problemas.

Leandro: Talvez condicionado pelo toque que levou no jogo com o Boca Juniors esteve uns furos abaixo do exibido nessa altura. Se a marcação a Bentley não lhe causou dores de cabeça, o mesmo não se pode dizer de Ljungberg, a quem não ganhou uma bola e permitiu o remate para o primeiro do Arsenal. No segundo, também devia ter evitado o passe de Hleb.

Hélder Postiga: Voltou a estar bem na posição mais ofensiva do triângulo do meio-campo. Procurou jogar simples, com passes ao primeiro toque e outros tantos a rasgar a defesa contrária. Aos 67' tentou, de longe, surpreender Lehman, numa altura em que a sua prestação já estava em fase descendente, por culpa da superioridade do Arsenal no miolo.

McCarthy: A marcação de Cygan não lhe deu grande espaço de manobra na área, ainda assim movimentou-se o suficiente para dispor de algumas oportunidades para marcar e outras tantas para combinar com os companheiros das alas. Também tentou facturar de bola parada, mas a pontaria, ontem, não estava afinada.

Hugo Almeida: Jogou apenas um quarto de hora, o suficiente para efectuar dois remates que agradaram ao público. O primeiro, à meia-volta no interior da área, saiu um pouco por cima; o segundo, de meio da rua, quase surpreendeu Lehmann e todos os presentes.

Ivanildo: Não teve tempo - entrou aos 75' - ou arte para criar desequilíbrios. Pegou na bola duas ou três vezes, mas sem consequência.

Pepe: Foi o terceiro central quando Co Adriaanse alterou o sistema e saiu do jogo sem ter perdido uma única bola nas alturas.

Sonkaya: Precipitação e algum excesso de confiança na altura de libertar a bola marcaram, pela negativa, a prestação do turco que sentiu, ainda, muitas dificuldades para segurar Hleb e, sobretudo, Ashley Cole, na segunda parte. Foi do seu lado que nasceu o primeiro golo e os principais lances de perigo do Arsenal. Terá acusado alguma falta de experiência.

Lucho González: Voltou a ser dos melhores nos primeiros 45 minutos, fruto de um excelente posicionamento no terreno. Dobrou os laterais sempre que foi necessário e voltou a mostrar grande precisão nos passes longos, e cruzados, que desmarcaram os extremos. Baixou de rendimento na segunda parte por culpa de Bergkamp e do menor fulgor físico de toda a equipa.

Jorginho: Voltou a ter um papel preponderante nos lances ofensivos da equipa e teve nos pés o empate, que daria o triunfo no torneio. O remate com o pé esquerdo, aos 90', tirou tinta ao poste da baliza do Arsenal. Foi infeliz e não marcou, como frente ao Boca, mas ofereceu de bandeja o golo a Lisandro López com um excelente cruzamento rasteiro. Mostrou boa visão de jogo e pormenores técnicos deliciosos. A jogar assim tem lugar assegurado no onze.

Lisandro: Autor do único golo da equipa, num lance em que aproveitou bem um dos seus pontos fortes: as diagonais. Num lance rápido, deixou a faixa esquerda a grande velocidade para concluir, junto ao segundo poste, o excelente cruzamento de Jorginho, com quem trocou algumas vezes de posição. Boa exibição do argentino que nunca perde a bola de vista.

Paulo Assunção: Entrou para o lugar de Lucho González e, apesar de pouco tempo em campo, deu mais solidez ao miolo, na altura em que a equipa tentou chegar ao empate. Inicou alguns dos lances mais perigosos que o FC Porto conseguiu nos minutos finais.

Sokota: Já não jogava desde o encontro com o Bennekom. Entrou apenas a dez minutos do fim, para o forcing final, mas não conseguiu mais do que ganhar uma falta à entrada da área e lutar entre os defesas contrários.