segunda-feira, junho 20, 2005

sub-17 (juvenis): Leixões 0-1 FC Porto

Num jogo feio, o FC Porto não consegiu ser claramente superior ao valoroso Leixões, e acabou por vencer com alguma felicidade, num autogolo. Num campo muito estreito, os portistas não conseguiram impor o seu futebol de circulação de bola e, ao intervalo, José Guilherme despovoou o meio campo (tirando Castro e Miguel Ângelo) e colocou o desequilibrador André Monteiro e o alto Victor Hugo, apostando num futebol mais directo. Mais tarde arriscaria tudo, tirando o central Pereira para colocar mais um avançado, o rápido Eduardo Negrinho, ficando a jogar num inédito 3-2-1-4. Os portistas foram batendo bolas para a frente até que numa bola dividida com Candeias o central Leixonense fez autogolo. Depois o FC Porto ainda teve mais oportunidades mas o resultado não se alterou.
Na outra partida, o Sporting deu 3-0 ao Benfica, e tem agora quatro golos de vantagem sobre os portistas no "goal-average", critério de desempate perante os dois empates no confronto directo. Resta aos portistas golearem o Benfica, autentico bombo da festa nesta fase (0 pontos, 2 golos marcados e 13 sofridos) e esperar que o Leixões consiga uma exibição ao seu nivel em Alcochete. Para isso, porém, tem que ultrapassar a desilusão que constituiu o jogo com o Sporting (0-0, no Olival), e do qual parecem ter ficado marcas. A felicidade é possivel, acreditem!

GR Hugo Ventura
LE Hugo Silva
DC Morais, Pereira (60', Eduardo Negrinho)
LD Tiago Moreira
M Fábio, André Castro (40', Victor Hugo), Miguel Ângelo (40', André Monteiro), Rui Pedro
AV Daniel Candeias e Monteiro

Relato do jogo, no Bola na Área.
O Leixões saiu derrotado do confronto com o FC Porto, na penúltima jornada da terceira fase do campeonato de Juniores B e disse adeus a todas e qualquer hipótese de ser campeão. Por outro lado, os dragões mantêm-se na luta pelo título, uma tarefa que não se adivinha nada fácil, já que à partida para a última jornada está em igualdade pontual com o Sporting, mas com uma desvantagem de quatro golos na diferença entre golos marcados e sofridos.
Talvez por ser de manhã, ou pelo muito calor que se fazia sentir à hora do jogo em Matosinhos, a partida foi extremamente pobre, com muita luta, encontrões e faltas atrás de faltas. Apesar de tudo, o Leixões foi quem entrou melhor no jogo e dominou mesmo toda a primeira parte. O FC Porto algo atordoado com a entrada do adversário, só conseguia impedir as iniciativas atacantes dos leixonenses com faltas. O primeiro tempo terminou sem alterações no marcador e com o Leixões a ter razões de queixa da equipa da arbitragem em dois lances, ambos na área do FC Porto.
Para o segundo tempo os portistas trouxeram outra disposição, o técnico José Guilherme fez duas substituições, reforçando o meio-campo. O resultado destas mexidas foi um maior caudal ofensivo e durante os primeiros minutos deste segundo tempo o FC Porto encostou mesmo o Leixões à sua área. Aos 65', o lance que marcou a partida: após uma jogada de insistência dos dragões do lado esquerdo do ataque, André Monteiro centrou para o coração da área e o central do Leixões Dias aliviou de forma errada e fez a bola entrar no ângulo direito da baliza de Ricardo, fixando o resultado final.
Rui Gomes: "Tenho orgulho nestes jogadores"
O técnico do Leixões, Rui Gomes, analisou este jogo, comparando com os anteriores, destacando este como o melhor que fizeram contra o FC Porto. "Este foi o quatro jogo que fizemos com o eles, e de todos este foi o encontro em que estivemos mais próximos do nível do FC Porto", afirmou o treinador, que manifestou ainda grande orgulho nos seus jogadores. "Apesar de termos ficado pelo caminho, penso que nos batemos muito bem, tenho orgulho nestes jogadores".
José Guilherme: " Fomos felizes"
Apesar de muito competitivo, o treinador do FC Porto, José Guilherme, admitiu que o jogo não foi bonito e que embora tenham trabalhado para conseguir a vitória, admitiu alguma felicidade. "Foi um mau jogo, apesar de muito competitivo. O Leixões apareceu muito forte e criou-nos bastantes dificuldades, por isso tivemos de nos adaptar e penso que conseguimos. Fomos felizes no golo, mas penso que o resultado é justo". O Jogo

Numa partida onde o nível de futebol praticado foi incomparravelmente inferior à emotividade que se vivia na repleta bancada do Complexo Desportivo de Matosinhos, o triunfo do FC Porto, e o adeus ao título do Leixões, acabou por surgir num rasgo... de infelicidade. O azar de Dias, que marcou (aos 62´) na própria baliza o único tento do encontro, decidiu um jogo que não merecia melhor (e mais justo) resultado do que o nulo inicial.
Ainda assim, motivados pelo seu público, os leixonenses iniciaram a partida com um maior pendor ofensivo, criando oportunidades (leia-se dificuldades para a defensiva portista). Neste aspecto há que destacar o irrequieto Ruben. Além da disponibilidade demonstrada na primeira parte, o 10 matosinhense voltou a atacar, aos 41´, com um remate violento, à figura de Ventura.
Contudo, foi FC Porto que teve maior ascendente no segundo tempo. Candeias e Monteiro (entrado ao intervalo) estiveram mais em jogo, visando a baliza de Ricardo, ao passo que o Leixões recuou mais no terreno.
Com efeito, o golo portista veio no tal desvio infeliz de Dias, cujo cabeceamento, numa bola dividida com o avançado portista Candeias, enganou o guarda-redes da equipa da casa. Até ao final, o FC Porto controlou o resultado, que leva para a última jornada a decisão do Campeonato Nacional de Juvenis (que será discutido com o Sporting), num jogo com arbitragem regular de João Almeida, apesar deste não ter escapado aos habituais apupos dos adeptos da casa.
O Comércio do Porto

Manhã intensa e incessante, num círculo de ideias e movimentos que confundiu a equipa azul-e-branca ao ponto de a reduzir a uma equipa banal. Este foi um daqueles jogos em que a formação rubro-branca nunca merecia ter perdido. Globalmente, os bebés de Rui Gomes foram superiores, abordaram o jogo com garra e atitude e obrigaram o FC Porto a sofrer durante longos períodos. Olhando somente à primeira parte, a superioridade dos locais foi gritante, num fluxo de sentido único que, paradoxalmente, redundou num zero no que diz respeito à matéria de golos. Houve ingenuidade de Cheta (40m) que esbanjou uma excelente ocasião para rematar à baliza de Ventura, mas também «vista-grossa» de Joaquim Almeida, que não assinalou mão na área de um defensor portista. O FC Porto, num raro lance de contra-ataque, só por uma vez obrigou Ricardo a mostrar serviço.
O segundo período iniciou com um Leixões determinado na busca do golo, tendo Ruben disparado violentamente para uma grande defesa de Ventura (48m). Na resposta, Candeias, na marcação de um livre, fez a bola passar rente ao poste direito de Ricardo. O jogo entrou numa toada de «tu-cá-tu-lá» com a sorte grande a sorrir aos azuis-e-brancos, que se colocaram em vantagem num auto-golo na sequência de um lance aparentemente inofensivo. Há Dias assim…
A partir daí, o Leixões decaiu muito em termos anímicos e o FC Porto, mais sereno e calculista, conservou a magra vantagem até final, tendo até desperdiçado boas ocasiões (mérito de Ricardo) para dilatar o marcador. Para o Leixões, o sonho do título acabou mas acreditem que estes rapazes ainda vão dar que falar. Fixem os seus nomes.
O árbitro, Joaquim Almeida, cometeu o seu maior pecado, ao não assinalar uma grande penalidade a punir o FC Porto. Matosinhos Hoje