domingo, junho 26, 2005

sub-17: FC Porto 2-0 SL Benfica

Perante uma pobre equipa benfiquista, que se apresentou no Olival para perder por poucos, o FC Porto venceu com clareza mas sem poder concretizar a goleada de que necessitava. Numa prestação legitima mas patética, os encarnados continuaram fechados na defesa, mesmo depois de estarem a perder por um e dois golos. Mesmo assim, chegou a festejar-se no Olival pois os bravos Leixonenses deram grande luta ao Sporting, que só nos descontos conseguiu vencer o jogo e igualar os portistas em pontos, vencendo num anacrónico desempate por "goal-average". Basta dizer que, se o desempate fosse idêntico ao da Superliga, o campeão seria o FC Porto...
Mas não é assim e portanto parabéns à excelente equipa Sportinguista, que venceu um dos mais fortes campeonatos juvenis de sempre, o seu nono. O FC Porto mantém-se lider deste escalão com 17 titulos, seguido do Benfica com 13.

GR Hugo Ventura
D Tiago Moreira (Eduardo Negrinho, 46'), Victor Hugo, Morais
M Fabinho, Castro, Miguel Ângelo, Rui Pedro
AV André Monteiro (Terroso, 68'), Daniel Candeias, Monteiro (Pedro Sá, 62')

Embora vencendo com justiça o Benfica, por 2-0, o F. C. Porto viu o título fugir-lhe para o Sporting mesmo nos últimos segundos. Sempre com a tarefa dificultada por um Benfica atrevido, mas ineficaz, depois veio a alegria com o golo de Castro. Ao mesmo tempo, o Leixões empatava em Alcochete. Depois, seguiu-se a frustração após os leões terem passado para a frente já em tempo extra. De ouvidos atentos às peripécias do Sporting-Leixões, Joaquim Pinheiro, da SAD portista, teceu duras críticas ao critério do árbitro escalado para o jogo que decidiu o campeão. Segundo o dirigente, este acabou por dar sete minutos de injustificado prolongamento, "fabricando assim o resultado". Jornal de Noticias

Quando, a dois minutos do fim, Candeias, visivelmente em inferioridade física, marcou o segundo golo do FC Porto, os festejos tomaram conta da bancada do Estádio Filipe Menezes, no Olival, não apenas por a vitória estar garantida, mas, acima de tudo, por o título estar cada vez mais perto. Por instantes, os "dragões" eram campeões nacionais de juvenis, mas um golo do Sporting, em Alcochete, já em período de descontos, roubou-lhes aquilo que, por momentos, chegaram a ter. E que não lhes ficava nada mal...
Em igualdade pontual com o Sporting na liderança do Campeonato, mas em desvantagem na diferença de golos marcados e sofridos, o FC Porto não apenas precisava de confirmar o favoritismo que lhe era atribuído no clássico dos mais novos -- afinal, o Benfica ainda não tinha feito qualquer ponto. E assim continuou --, como ainda estava obrigado a golear por 5-0. Ficou-se pela metade.
Quando, logo aos cinco minutos, Rui Pedro marcou de cabeça, respondendo bem a um canto, a esperança cresceu. E pareceu mesmo certeza um minuto depois, quando André Monteiro esteve prestes a fazer o segundo, não fosse a bola ter esbarrado no poste direito da baliza de Manuel Gama.
A jogar num arrojado desenho táctico composto por apenas três defesas, dois jogadores de contenção a meio-campo, três com liberdade para atacar e dois finalizadores, o FC Porto entrou de rompantes, mas, aos poucos, começou a perder clarividência e objectividade do meio-campo para a frente, tornando mesmo difícil aquilo que era fácil.
Sem nada a perder e apenas com o brio a preservar, o Benfica, completamente inofensivo em termos ofensivos, esfregava as mãos de contente.
Sem outra solução que não fosse a de atacar, de qualquer jeito e feitio, os "dragões" arriscaram tudo -- José Guilherme tirou um jogador à já curta defesa portista e ainda refrescou o meio-campo e o ataque -- e abriram espaços para o contra-ataque do Benfica, que dispôs mesmo das duas mais flagrantes oportunidades de golo, primeiro, por Fábio Ribeiro e, depois, por Hugo Urbano.
Com o Leixões a empatar o Sporting, os adeptos já faziam a festa na bancada quando Candeias lhes deu mais motivos para festejar. Por pouco tempo.
Ou um golo tão fulminante como inesperado em Alcochete não tivesse provocado uma autêntica reviravolta no estado de espírito da massa adepta portista e mesmo nos jogadores, caídos, um pouco por todo o lado, a carpir mágoas no relvado por um título que lhes fugiu por entre os dedos em apenas dois minutos.
O estado de espírito do técnico José Guilherme, que deve ter feito o último jogo como treinador dos juvenis do FC Porto, estava estampado no rosto do quase certo futuro treinador dos juniores. Deiludido por não estar a festejar o título de campeão nacional relativo à época 2004/2005, José Guilherme estava, ainda assim, "orgulhoso com os jogadores", que, segundo o técnico portista, "tudo fizeram" para evitar a festa em Alcochete. "Merecíamos ter sido campeões", desabafou ainda o treinador do FC Porto. Já Nuno Cristóvão reconheceu que "o Benfica fez o que pôde na fase final" do Campeonato e deixou claro que o último lugar não o envergonha, tendo em conta as limitações de treino dos da Luz e a inexperiência de uma equipa com jogadores só de primeiro ano. O Comércio do Porto

Muita gente acorreu ao Centro de Estágio Porto/Gaia, no Olival, com a esperança de poder festejar mais um mas a missão era muito complicada. Os «dragões» não dependiam apenas de si mesmos, já que o «goal average» favorecia o outro aspirante, o campeão em título Sporting. Os «azuis e brancos» precisavam de vencer o Benfica por seis golos de diferença e esperar que os «leões» vencessem pela margem mínima ou que os «bebés» do Leixões pregassem uma partida em Alcochete…
Como a esperança é a última a morrer, o FC Porto entrou determinado em vencer e não precisou de mais de oito minutos para chegar à vantagem. Rui Pedro acorreu da melhor forma à marcação de um canto e bateu Manuel Gama. Pouco depois, André Monteiro volta a «assustar» os «encarnados» e remata ao poste, lance que marcaria o fim de oportunidades flagrantes na primeira parte. O jogo arrastava-se confuso e nem sempre bem jogado e as ocasiões de golo, de parte a parte (embora com larga superioridade dos «dragões»), resumiam-se a remates de longe, sem êxito. Na segunda parte, as coisas pouco alteraram. Ambas as equipas continuavam sem proporcionar um bom espectáculo, com os portistas a assumir o jogo e o Benfica a explorar o contra-ataque. Mas seriam mesmo os «encarnados» a dispor das melhores oportunidades, obrigando Ventura a um par de defesas complicadas, para além de desperdiçarem também duas ocasiões de golo iminente por ineficácia (e direcção) no remate. O FC Porto porfiava à procura do golo da segurança, mas não conseguia «furar» a defesa contrária, muito devido à falta de ideias, talvez porque a cabeça estava longe, mais a Sul. Contudo, ao tomarem conhecimento do segundo golo do Leixões frente ao Sporting, o do empate, os «dragões», contagiados pela euforia do público, chegariam mesmo ao golo por intermédio de Candeias, o melhor marcador da equipa, numa recarga a um remate também seu, bem parado por Gama. Festejou-se então no Olival por um título que parecia estar nas mãos. Afinal, escassos segundos os separava da apoteose. Só que o futebol é pródigo em surpresas e o Sporting, já no escoar do período de descontos, conseguiria mesmo o golo (3-2) que o levaria do Inferno ao Céu de um momento para o outro, «obrigando» os «dragões» a fazer o trajecto contrário. Os «bebés» foram homens, mas os «leões» foram super e lograram revalidar o título, conquistando o nono do seu historial. Assim sendo, Sporting e FC Porto terminaram com os mesmos pontos (14), mas como não conseguiram golear o Benfica os «dragões» tiveram que contentar-se com o título de vice-campeão pela diferença de três golos. Curiosamente os dragões também ficaram em segundo lugar em juniores, prova vencida anteontem também pelo Sporting.
No final, o técnico do FC Porto, José Guilherme, não escondia o que lhe ia na alma. “Estou triste porque não conseguimos ser campeões mas orgulhoso dos meus jogadores que fizeram tudo para o conseguir. Tanto o Sporting como o FC Porto podiam ser campeões, a diferença esteve apenas no jogo do Sporting em Matosinhos, onde venceu por 6-0, no único resultado desnivelado desta fase, embora o Leixões fosse condicionado por duas expulsões. Contudo, penso que fomos superiores ao Sporting nos jogos entre as duas equipas”, referiu. O Primeiro de Janeiro