Hugo Almeida: O injustiçado
Quando Fabiano e Postiga continuam a desperdiçar oportunidades atrás de oportunidades, é bom lembrar uma das maiores esperanças do FC Porto e de Portugal: Hugo Almeida.
Jogador de 1.90 m e 90 kg, seria de esperar que o jogo aéreo fosse a sua maior arma. Se é verdade que ganha muitas bolas de cabeça, junto à grande área, não o é menos que a maior parte dos seus muitos golos são obtidos em remates bem colocados com o pé esquerdo. Trata-se de um avançado surpreendentemente móvel, surgindo por vezes sobre o flanco esquerdo, em movimentos rápidos e espontâneos. Trabalhador, luta entre os centrais, ganhando bolas e livres em zona perigosa. Esta época devia ser a da sua afirmação no FC Porto, mas numa das maiores injustiças dos ultimos anos, não lhe foram dadas oportunidades.
Natural da Figueira da Foz, iniciou-se no Grupo Desportivo de Buarcos, mas cedo foi recrutado pelo melhor clube local, o Naval Primeiro de Maio. Aí se destacou com muitos golos, suficientes para a convocatória e respectiva estreia na selecção nacional sub-16. O inicio de uma relação frutuosa entre o atleta e a equipa das quinas, na qual já jogou em todos os escalões, o que talvez seja um recorde, pois a selecção B é recente e não houve assim tantas selecções olimpicas.
Ainda juvenil, a cobiça dos melhores clubes nacionais era já muita, e foi o FC Porto a conseguir contratá-lo. Depois de se estrear nos seniores pelo FC Porto B, com apenas 17 anos, conquista a titularidade nessa equipa com 18, no inicio da época 2002/03. Os dezasseis golos que marca, em quinze jogos, levam José Mourinho a utilizá-lo em jogo da taça de Portugal (contra o Trofense) e tornam-no cobiçado na I liga, sendo emprestado ao União de Leiria de Vitor Pontes. Marcou três golos em quinze jogos na superliga e ainda ajudou ao apuramento para a final da taça de Portugal. Ao abrigo do acordo entre os clubes, não pôde jogar na final, mas qualquer que fosse o vencedor, o primeiro titulo nos séniores estava assegurado.
Sempre atento, José Mourinho incluiu-o no plantel para a época de todas as conquistas. Com Derlei no seu auge e McCarthy a ser a grande aposta de Mourinho, disputou as sobras com Bruno Moraes. O Brasileiro iniciou a época com algum ascendente, mas quem substituiu McCarthy contra o Partizan (aos 57', depois do Sul-Africano bisar) e Jankauskas aos 72' no Santiago Barnabeu foi o Português. Mas a lesão de Derlei levou Mourinho a necessitar de um extremo (Maciel) e o Leiria exigiu o regresso de Hugo Almeida, que assim não pôde participar nos grandes momentos que se avizinhavam. Mesmo assim, é campeão nacional (jogou três partidas) e europeu, tendo ainda marcado na inauguração do Estádio do Dragão e jogado duas partidas da taça de Portugal. No regresso a Leiria volta a conquistar a titularidade, jogando 15 partidas e marcando dois golos. Mas a época não ficou por aqui, pois a 18 de Fevereiro de 2004 tornou-se internacional A em jogo particular contra a Inglaterra, onde substituiu Pauleta aos 77'. Com apenas vinte anos, foi ainda a grande figura de Portugal no Europeu de esperanças, tendo marcado três decisivos golos, que valeram o terceiro lugar e o apuramento para os Jogos Olimpicos. No âmbito extra-desportivo, viu ainda a FP Management avaliar o seu passe em 1,8 milhões de euros e comprar 16,67%.
A época 2004/05 tinha tudo para ser a época de afirmação do jovem avançado. Apreciado por Del Neri, iniciou a pré-época a titular, aproveitando a ausência dos internacionais, ficando na retina um excelente centro da esquerda no jogo contra o Volendam, que Quaresma concluiu com golo. Na selecção Olimpica, ganhou tambem a titularidade e apesar de apenas ter marcado um golo foi dos poucos que escapou às ferozes criticas da imprensa desportiva, pois a sua entrega foi inquestionável.
Mas seria do FC Porto que viriam a grandes desilusões. Primeiro, a contratação de Helder Postiga, justificada pela necessdade de um avançado com "bom jogo aéreo". Depois a saída de Del Neri, um contratempo, pois o novo treinador não o conhecia. E por fim a chegada de Luis Fabiano, caro e portanto de obrigatória utilização, que para cumulo não foi acompanhada pela programada saída de Benny McCarthy. E eis Hugo Almeida de volta à lista de dispensas, sem nada ter feito para o merecer. A saída acabou por não acontecer, mas havia pouco espaço na equipa, pois as apostas eram Postiga e Fabiano, e McCarthy viria a "obrigar" o treinador a utilizá-lo. Jogou apenas quatro jogos, sempre como suplente, dois na liga dos campeões e dois no campeonato nacional. Compensou a falta de jogos com a selecção sub-21, onde marcou cinco golos em três partidas. Jogou ainda pela selecção B contra a Bulgária e foi convocado para a selecção A, ficando no banco, contra o Luxemburgo. Para não perder o ritmo competitivo, pediu para jogar na equipa B, tendo marcado 4 golos em 4 jogos incompletos. Mesmo assim o regresso à lista de dispensas foi inevitável, despertando a cobiça de quase todos os clubes da primeira liga, tendo-se falado de Guimarães, Braga e Leiria. Mas o Boavista abriu os cordões à bolsa e exerceu o direito de opção, ficando a pagar a totalidade do seu salário. Desde então é titular indiscutivel na equipa de Jaime Pacheco, uma das 4 que lidera a superliga, tendo marcado dois golos nos cinco jogos em que participou.
Uma grande injustiça, a não aposta neste jovem jogador, que mantêm vivas as hipoteses de se vingar, sendo campeão pela equipa Boavisteira. Se assim fôsse, seria uma bela estória de futebol, ainda que dolorosa para nós portistas.
Hugo Miguel Pereira Almeida
Ponta de lança
d.n. 23/5/1984
altura / peso 1.90m / 90kg
canhoto
Jogador de 1.90 m e 90 kg, seria de esperar que o jogo aéreo fosse a sua maior arma. Se é verdade que ganha muitas bolas de cabeça, junto à grande área, não o é menos que a maior parte dos seus muitos golos são obtidos em remates bem colocados com o pé esquerdo. Trata-se de um avançado surpreendentemente móvel, surgindo por vezes sobre o flanco esquerdo, em movimentos rápidos e espontâneos. Trabalhador, luta entre os centrais, ganhando bolas e livres em zona perigosa. Esta época devia ser a da sua afirmação no FC Porto, mas numa das maiores injustiças dos ultimos anos, não lhe foram dadas oportunidades.
Natural da Figueira da Foz, iniciou-se no Grupo Desportivo de Buarcos, mas cedo foi recrutado pelo melhor clube local, o Naval Primeiro de Maio. Aí se destacou com muitos golos, suficientes para a convocatória e respectiva estreia na selecção nacional sub-16. O inicio de uma relação frutuosa entre o atleta e a equipa das quinas, na qual já jogou em todos os escalões, o que talvez seja um recorde, pois a selecção B é recente e não houve assim tantas selecções olimpicas.
Ainda juvenil, a cobiça dos melhores clubes nacionais era já muita, e foi o FC Porto a conseguir contratá-lo. Depois de se estrear nos seniores pelo FC Porto B, com apenas 17 anos, conquista a titularidade nessa equipa com 18, no inicio da época 2002/03. Os dezasseis golos que marca, em quinze jogos, levam José Mourinho a utilizá-lo em jogo da taça de Portugal (contra o Trofense) e tornam-no cobiçado na I liga, sendo emprestado ao União de Leiria de Vitor Pontes. Marcou três golos em quinze jogos na superliga e ainda ajudou ao apuramento para a final da taça de Portugal. Ao abrigo do acordo entre os clubes, não pôde jogar na final, mas qualquer que fosse o vencedor, o primeiro titulo nos séniores estava assegurado.
Sempre atento, José Mourinho incluiu-o no plantel para a época de todas as conquistas. Com Derlei no seu auge e McCarthy a ser a grande aposta de Mourinho, disputou as sobras com Bruno Moraes. O Brasileiro iniciou a época com algum ascendente, mas quem substituiu McCarthy contra o Partizan (aos 57', depois do Sul-Africano bisar) e Jankauskas aos 72' no Santiago Barnabeu foi o Português. Mas a lesão de Derlei levou Mourinho a necessitar de um extremo (Maciel) e o Leiria exigiu o regresso de Hugo Almeida, que assim não pôde participar nos grandes momentos que se avizinhavam. Mesmo assim, é campeão nacional (jogou três partidas) e europeu, tendo ainda marcado na inauguração do Estádio do Dragão e jogado duas partidas da taça de Portugal. No regresso a Leiria volta a conquistar a titularidade, jogando 15 partidas e marcando dois golos. Mas a época não ficou por aqui, pois a 18 de Fevereiro de 2004 tornou-se internacional A em jogo particular contra a Inglaterra, onde substituiu Pauleta aos 77'. Com apenas vinte anos, foi ainda a grande figura de Portugal no Europeu de esperanças, tendo marcado três decisivos golos, que valeram o terceiro lugar e o apuramento para os Jogos Olimpicos. No âmbito extra-desportivo, viu ainda a FP Management avaliar o seu passe em 1,8 milhões de euros e comprar 16,67%.
A época 2004/05 tinha tudo para ser a época de afirmação do jovem avançado. Apreciado por Del Neri, iniciou a pré-época a titular, aproveitando a ausência dos internacionais, ficando na retina um excelente centro da esquerda no jogo contra o Volendam, que Quaresma concluiu com golo. Na selecção Olimpica, ganhou tambem a titularidade e apesar de apenas ter marcado um golo foi dos poucos que escapou às ferozes criticas da imprensa desportiva, pois a sua entrega foi inquestionável.
Mas seria do FC Porto que viriam a grandes desilusões. Primeiro, a contratação de Helder Postiga, justificada pela necessdade de um avançado com "bom jogo aéreo". Depois a saída de Del Neri, um contratempo, pois o novo treinador não o conhecia. E por fim a chegada de Luis Fabiano, caro e portanto de obrigatória utilização, que para cumulo não foi acompanhada pela programada saída de Benny McCarthy. E eis Hugo Almeida de volta à lista de dispensas, sem nada ter feito para o merecer. A saída acabou por não acontecer, mas havia pouco espaço na equipa, pois as apostas eram Postiga e Fabiano, e McCarthy viria a "obrigar" o treinador a utilizá-lo. Jogou apenas quatro jogos, sempre como suplente, dois na liga dos campeões e dois no campeonato nacional. Compensou a falta de jogos com a selecção sub-21, onde marcou cinco golos em três partidas. Jogou ainda pela selecção B contra a Bulgária e foi convocado para a selecção A, ficando no banco, contra o Luxemburgo. Para não perder o ritmo competitivo, pediu para jogar na equipa B, tendo marcado 4 golos em 4 jogos incompletos. Mesmo assim o regresso à lista de dispensas foi inevitável, despertando a cobiça de quase todos os clubes da primeira liga, tendo-se falado de Guimarães, Braga e Leiria. Mas o Boavista abriu os cordões à bolsa e exerceu o direito de opção, ficando a pagar a totalidade do seu salário. Desde então é titular indiscutivel na equipa de Jaime Pacheco, uma das 4 que lidera a superliga, tendo marcado dois golos nos cinco jogos em que participou.
Uma grande injustiça, a não aposta neste jovem jogador, que mantêm vivas as hipoteses de se vingar, sendo campeão pela equipa Boavisteira. Se assim fôsse, seria uma bela estória de futebol, ainda que dolorosa para nós portistas.
Hugo Miguel Pereira Almeida
Ponta de lança
d.n. 23/5/1984
altura / peso 1.90m / 90kg
canhoto