quarta-feira, abril 13, 2005

sub-19: Portugal 2 - 3 França

A selecção Portuguesa iniciou da pior forma o torneio de apuramento e agora espera por um pequeno milagre para passar à fase seguinte. Tem que vencer a Espanha, que ainda por cima joga em casa, golear Israel e esperar que a Espanha vença a França. Mesmo assim, pode não chegar...
O péssimo estado do terreno terá favorecido os Franceses, fisicamente muito fortes, e prejudicado os técnicistas Portugueses. Para agravar as coisas, Portugal entrou apático e aos 7 minutos sofria o segundo golo... Aos 35, já depois de Vaz Té fazer o 1-2, Márcio Sousa foi sacrificado, entrando o também portista João Pedro (o unico sub-18 convocado) para terceiro central e subindo Paulo Machado no terreno. Mostrando que nem sempre meter defesas é mau Portugal passou a dominar e, aos 39' Vieirinha ganhou uma grande penalidade e concretizou-a. O ascendente Português manteve-se na segunda parte, com Ivanildo e Paulo Machado a falharem oportunidades flagrantes. Mas seria a França a marcar e a deixar os Portugueses a fazer as contas do costume...


árbitro | Daniel Stalhammar [Suécia].
local | Estádio Municipal de Navalmoral de la Mata.

GR Mário Felgueiras; D João Dias, Tiago Gonçalves, Gonçalo Brandão e Tiago Gomes; M Paulo Machado, João Coimbra (Saleiro, 83') e Márcio Sousa (João Pedro, 35'); ED Vieirinha (Targino, 78'), EE Ivanildo e PL Ricardo Té.
Treinador: António Violante.
intervalo | 2-2
golos | (0-1) Dja Djedje, 5'; (0-2) Dja Djedje, 7'; (1-2) Ricardo Té, 26'; (2-2) Vieirinha, 39'; (2-3) Moussa Sow, 61'.
cartões | amarelos a Vieirinha (60'), Moutaouakil (65'), Cabaye (85') e Ivanildo (88').

Impressionante a quantidade de cegonhas que preenchem os céus da região da Extremadura. São tantas que qualquer sítio serve para construir um ninho... Bem no alto das torres de iluminação do estádio, vários casais de cegonhas assistiram tranquilamente ao desenrolar do emocionante jogo de ontem entre Portugal e França. Uma tranquilidade assustadora, quase tão grande como a dos jogadores portugueses, que, certamente deslumbrados com o esplendor do elegante pássaro, entraram na partida excessivamente descontraídos. Resultado: dois golos da formação gaulesa em apenas sete minutos de jogo.
Os primeiros indícios deixavam antever uma catástrofe capaz de desfazer os miúdos de António Violante, mas a resposta foi corajosa, de tal modo que o empate chegou ainda antes do intervalo, através de Ricardo Té e de Vieirinha.
A partida nunca foi muito atractiva sob o ponto de vista técnico, mas também nunca o poderia ter sido, tendo em conta o estado deplorável do relvado. E foi precisamente esse aspecto que obrigou o seleccionador nacional a operar a primeira substituição: a técnica de Márcio Sousa era completamente desnecessária ao meio-campo de Portugal, que ganhou com a entrada de João Pedro para terceiro defesa-central (a França jogou com dois avançados) e consequente subida de Paulo Machado no terreno.
O início da segunda parte trouxe uma equipa portuguesa na procura incessante pelo terceiro golo, mas Paulo Machado e Ivanildo falharam dois golos praticamente certos. E como o futebol não tem grandes segredos, quem não marca acaba sempre por sofrer... Num rápido contra-ataque, a França voltou a colocar-se em vantagem no marcador, para desespero dos jogadores lusos. A reacção foi mais tímida do que a primeira, começou a faltar frescura física e o resultado acabou por se manter inalterado até ao fim. Resta agora esperar por um milagre capaz de colocar Portugal na fase final do próximo Campeonato da Europa.

A figura: PAULO MACHADO
O mais adulto dos miúdos

O médio foi o melhor jogador da selecção lusa, demonstrando uma maturidade táctica acima da média. A reacção positiva da equipa das quinas deveu-se, em grande parte, à subida de produção - e no terreno - do jogador do FC Porto, que ficou a ganhar com a alteração táctica introduzida por António Violante ainda no primeiro tempo. Começou a trinco, mas foi como médio mais ofensivo que desequilibrou na luta pelo conquista do meio-campo. Gonçalo Brandão, João Coimbra, Ivanildo e Ricardo Té também se exibiram a bom nível.
O Jogo

Frise-se, contudo, e sem querer arranjar desculpas para a derrota, que as duas equipas jogaram num relvado em miseráveis condições— Rui Caçador até afirmou que em 16 anos nunca tinha visto um tapete tão mau, claramente adversário do reconhecido tecnicismo dos jogadores lusos. Adiante... Portugal entrou pressionante, com determinação, e cedo se tentou adaptar ao 4x4x2 francês. Mas dois golos de rajada perante inexplicável apatia e sonolência de toda a equipa na grande área deitaram tudo a perder, com uma França de enorme poderio físico e jogadores de qualidade a fazerem lembrar Saha ou Vieira, este último personificado, em termos físicos e técnicos, no n.º4, Diaby, que mais parecia um clone do internacional A gaulês. Vendo a França muito mais forte no meio-campo, António Violante pediu aos jogadores para apostarem mais nos lançamentos longos. Mas estes de pouco serviam sem ninguém ganhar as segundas bolas. A entrada de João Pedro conferiu a Portugal o poder de choque que então faltava. Coincidência ou não, nos minutos seguintes uma jogada de ataque redundaria em golo de Vaz Tê. E, numa recuperação espantosa depois de tão madrugadora desvantagem, a turma das quinas chegou à igualdade antes do intervalo. O jogo ficou mais feio na etapa complementar, mas percebia-se ligeiro ascendente de Portugal, que dispôs de duas flagrantes ocasiões de golo para justificar a vitória, que então merecia. Não marcou e a França aproveitou...
A Bola

Não começou da melhor forma a participação de Portugal na última etapa da fase de apuramento para o Campeonato da Europa de Sub-19. A derrota (2-3) desta terça-feira, diante da França, em Navalmoral de la Mata (Espanha), complicou a tarefa dos pupilos de António Violante que, sem estar totalmente comprometida, será agora muito mais árdua de cumprir.
Diante de uma formação muito forte fisicamente, os Sub-19 lusos não poderiam imaginar uma pior entrada em jogo. Com efeito, ainda o relógio não marcava os primeiros dez minutos de jogo, e já a Equipa das Quinas se via em desvantagem por dois golos, fruto de outros tantos golpes de cabeça de Franck Dja Djedje, na transformação de dois pontapés de canto.
Ultrapassado o natural desnorte inicial, os jogadores portugueses partiram em busca do golo que recolocasse Portugal na discussão da partida. E isso aconteceu à passagem dos 31 minutos, através de Ricardo Vaz Té, que aproveitou da melhor forma um atraso deficiente de um atleta gaulês para o seu guarda-redes.
Galvanizados com este tento, os pupilos de António Violante carregaram sobre o último reduto adversário e Vieirinha em apenas dois minutos (33 e 35 minutos) voltou a colocar em sentido a formação francesa, ao desferir dois remates perigosos. O talentoso extremo português acabou por acertar, finalmente, na baliza de Hugo Lloris aos 40 minutos, apontando com competência uma grande penalidade assinalada pelo sueco Spalhammar, depois de uma falta cometida sobre o mesmo Vieirinha.
Os segundos 45 minutos começaram de forma diferente. Portugal reiniciou o encontro de com maior concentração e criou, mesmo, duas claras oportunidades para marcar. Primeiro por Paulo Machado, depois por Ivanildo que, isolado e apenas com o guarda-redes gaulês pela frente, não foi feliz no último toque.
Quem se aproveitou da menor eficácia atacante lusa foi a França que, apenas um minuto após a oportunidade desperdiçada por Ivanildo, se recolocou em situação de vantagem, com o tento de Moussa Sow, aos 60 minutos, a estabelecer o resultado final.
Até ao último apito do juiz da partida, Portugal tudo fez para chegar, pelo menos, à igualdade, mas, umas vezes por manifesta infelicidade, outras pela segurança defensiva patenteada pelos franceses - alicerçada numa impressionante capacidade física -, tal não foi possível.
FPF